
As hashtags mobilizam as redes sociais com a pergunta feita por um jornalista da Globo ao presidente da República Jair Bolsonaro.
Por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?
De acordo com a Revista Cruzoé, o então assessor de Flávio Bolsonaro, envolvido no esquema de rachadinhas na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz e a mulher, Márcia de Aguiar, fizeram depósitos em cheque na conta da primeira dama, Michele Bolsonaro, entre 2011 e 2016, num total de R$ 89 mil.
Jair deve explicações. Não só porque é pago com o salário dos contribuintes, algo que ele e seus seguidores fazem questão de lembrar quando atacam adversários políticos. Qualquer presidente tem de publicizar seus atos enquanto político, antes e depois de eleito. Faz parte do pacote.
As reações de Jair, o tiozão do churrasco que cerca de 30% do eleitorado brasileiro considera a reserva moral do país, são típicas de quem denigre o sentido de democracia. De quem criminaliza a política dos outros. O Jair do pão com leite condensado, das camisetas falsificadas de times de futebol, de frases simplórias e comparações estúpidas, das lives sem noção, esse Jair quase infantil é a realidade política de um Brasil evangelizado pelo voto para espantar todos os males.
Brutalidade contra jornalistas sempre foi uma estratégia quase religiosa de Jair. Para esconder a sujeira nos próprios santos de pau oco, parte para a agressão contra crenças alheias. Jair é o típico pastor charlatão. Exorciza os demônios inimigos com brutalidade para mobilizar os devotos em catarse contra o mal. Os demônios amigos, quase íntimos, são de cunho doméstico e só interessam à vida privada.
A vontade é encher tua boca com uma porrada, tá?
Os demônios de Jair estão saindo do porão, de novo. A resposta dada ao Jornalismo não é a de um presidente da República, mas a de um político acostumado ao servilismo, lá onde se faz de conta que as declarações são fruto da má interpretação e os outros, sempre os outros, deturpam o que se quis dizer.
Os jornalistas são muito complacentes com ele. Jair tem lá suas vontades, é como criança mimada. Pede colo o tempo todo, se esparrama no chão quando contrariado e parte para a agressão verbal quando encurralado. Mas a pergunta continua em aberto. E, quanto mais em aberto, mais significativa ela se torna.
Responde, Jair! Mas responde como presidente. Seus eleitores precisam saber se a moral do Chefe de Governo e de Estado também foi prematuramente para a reserva com o capitão reformado do Exército. A maioria do eleitorado brasileiro já sabe a resposta e mostrou isso nas urnas.
Sem essa de dizer que Lula roubou milhões, que a Globo aceita propina, que o Supremo Tribunal Federal não te deixa governar, que a imprensa te persegue, sem essa. A pergunta não pede essas respostas. A pergunta é bem clara:
Por que sua esposa, Michelle, recebeu R$ 89 mil de Fabrício Queiroz?
A gente repete quantas vezes precisar. Mas responde, Jair! Se não como presidente, ao menos como o funcionário público que teu ministro da economia diz ser o estorvo do país.
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